sexta-feira, 23 de outubro de 2009

da série "Sabugosos"






Naquele momento de férias, preguiça, vontade de fazer algo... muito tédio por não ter o que fazer além de ler e assistir filme até doer a cabeça...

Em Espumoso, na casa de mamãe, alguns pés de milho, uns animaizinhos começam a me chamar, eram eles, 'os sabugosos'!

Fotografia

Quando retorno a esse mundo, tento encontrar nele algo que se assemelhe ao que vi nos meus sonhos, no meu interior. Talvez seja essa uma forma que encontro de torná-lo mais semelhante a mim e diferente de todo o resto, talvez por saber que também sou assim, semelhante a todos, mas diferente de qualquer um.



Nada é aquilo que parece ser. Mesmo a menor folha carregada por uma formiga é formada por milhares de células. Quero desafiar meus olhos, ver o quanto consigo tirar da essência da natureza, o quanto consigo tornar grandioso o pequeno grande mundo que habito. Quero um mundo onde eu, grãozinho de areia, possa sentir a imensidão de repousar debaixo de um pezinho de feijão.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Onírico e a cores


Em alguns trabalhos utilizo cores. Sendo elas paisagens inexistentes no mundo real, também as cores as diferem de paisagens reais, uso cores chapadas e vivas. As primeiras experiências coloridas faço a partir de montagens com xérox, depois componho imagens e as pinto com lápis de cor.






Xilogravuras 2009




terça-feira, 20 de outubro de 2009

Desenhos Oníricos Vegetais





A partir das células, crio mundos onde o ser humano parece minúsculo ou invísivel diante dessa organi'cidade' que cresce...

Outros olhares para si



E quanta coisa o espelho não consegue me mostrar, quão superficial é essa imagem que acredito ser eu. Em divagações me imagino um grãozinho de areia dentro de meu próprio corpo, arrastado pela corrente sangüínea, preso entre células que sequer imagino de onde vieram, sozinho, perdido em um mundo completamente desconhecido. E apesar disso tudo, estranhamente me sinto bem, como se mesmo sem saber onde estou, sei que estou protegido, sei que nada que há ali dentro me fará mal, e por isso relaxo e durmo.






Aquilo que chamo de ‘eu’, nada passa de um aglomerado de células semelhantes agrupadas e constituindo essa matéria que vejo refletida no espelho.








Meus cabelos, leves e tão independentes, parecem não fazer parte de mim, enquanto durmo, eles viajam, mergulham nesse mundo que me protege e mostram um pouquinho dele. Não preciso olhar, só me basta sentir. Tenho medo de abrir os olhos e me afogar, e me afogando acordar em um mundo menos estranho, porém muito mais perigoso, aquele comum a todos.
Comum a todos? Pode ser. Mas igualmente familiar... isso nem tanto.

O olhar microscópico

Quando sonhamos, podemos retornar à nossas visões infantis, nada precisa ter relação lógica, damos a cada imagem o tamanho que a nós parece convir, o minúsculo pode se tornar gigante; e o gigante, invisível.A beleza do sonho está na possibilidade de criar um mundo totalmente desregrado, ter o poder de percorrer os objetos e tornar suas superfícies invisíveis, sentindo as vibrações do seu interior ou, percorrer a si mesmo e desvendar cada dobra oculta do seu íntimo.

“Pegar um microscópio composto e perceber que a sua gota de vinho é no fundo um mar Vermelho, que a poeira da asa das borboletas é uma plumagem de pavão, o bolor um campo de flores e a areia uma porção de pedras preciosas.” (BACHELARD, 1990, p. 16)


Meu trabalho parte deste ponto: a visão microscópica. De como desconhecemos nosso próprio corpo, tanto no sentido físico como psicológico.

Nesse momento eu apenas experimentava... muitas manchas, muita sujeira, desproporções... tentando descobrir algo que ainda não sabia ao certo que rumo seguiria. É assim que se comomeça...

domingo, 18 de outubro de 2009

Das células à Psicodelia Vegetal

Demorei, mas enfim resolvi organizar este blog, onde coloco alguns fragmentos de minha trajetória nessas tais de Artes Visuais...
Tudo começa quando tudo começa... é o que parece... um dia começo achando que vou ser música, então resolve ser professora e Prrrrff..

caio nas Artes Visuais.

Começo a desenhar, dizem que estando nas artes devo ser artista, eu digo que queria ser arte-educadora (palavra bonita!), e por que não os dois então?

Tô tentando...

Começo com um súbito interesse pela histologia, nada de conceitos, pouco me interessa de que tecido estamos falando, mas o quão plástica (ou esteticamente interessante) a natureza microscópica pode se apresentar. Isso me encanta, a beleza que desconhecemos dentro de nós mesmos... me sinto mergulhando dentro de uma paisagem completamente minha e ao mesmo tempo tão diferente, tão estranha, com formas tão surpreendentes! É o meu corpo.

Células humanas, células vegetais, paisagens celulares, vegetais familiares e ao mesmo tempo estranhos... a vida em constantes e invisíveis transformações...

E é por aí que me pego divagando...