Trata-se de uma instalação onde apresento uma série de fotografias nas quais alguns objetos pessoais e partes de meu próprio corpo são suporte para a projeção de paisagens irreais que crio a partir da visualização de células microscópicas do corpo humano misturadas a paisagens vegetais. A projeção é possível devido ao fato de as paisagens terem sido desenhadas em vidro, fazendo com que, quando colocadas próximas a um corpo, tenham nele suas formas e cores refletidas, conforme a incidência da luz.
Essas fotografias foram coladas em capas de discos, porta-retratos, capas de fita k7, cds (objetos por essência utilizados para o armazenamento de dados, ‘memórias’) e dispostas em um rack.
Em frente a ele, almofadas, como um convite para que as pessoas sentem ali e explorem os materiais disponíveis nesse cômodo, que olhem os porta-retratos, retirem os discos de dentro de suas capas...
O trabalho remete à ideia das memórias pessoais que selecionamos para expor nas estantes de nossas casas, deixando à mostra parte do que vivemos, das viagens que fizemos, de como nos construímos enquanto pessoas. As imagens que apresento mostram minha arte fundida não só à imagem de meu corpo, mas também aos objetos que, fazendo parte de minhas vivências, fazem também parte daquilo que me constitui.