A interação da obra com a paisagem da rua instiga diferentes olhares para um espaço que se torna parte integrante do trabalho.
Tais paisagens remetem um pouco à organicidade das células microscópicas, um pouco à estética do vegetal e, principalmente a uma aproximação ao onírico, buscando uma fuga ao mundo real, tendo como inspiração os devaneios possíveis em sonhos onde coisas cotidianas se transformam em coisas aparentemente sem sentido, sem deixar de ser aquilo que sempre foram, provocando, ao mesmo tempo, estranhamento e familiaridade. Imagens que remetem a outras imagens. Paisagens que permitem ao público criar seus próprios devaneios a partir daquilo que observa. Como quem olha uma nuvem e imagina o que dela pode surgir, sem perceber que, na verdade, o que surge não vem da nuvem, mas de algo resgatado da singularidade de cada sujeito que a observa.