O ato de ver não é o ato de uma máquina de perceber o real enquanto
composto de evidências tautológicas. O ato de dar a ver não é o ato de
dar evidências visíveis a pares de olhos que se apoderam unilateralmente
do ‘dom visual’ para se satisfazer unilateralmente com ele. Dar a ver é
sempre inquietar o ver, em seu ato, em seu sujeito.” (DIDI-HUBERMAN,
1998, p.77)
Minha proposta não é apenas dar a ver, é inquietar o olhar, é experimentar
não só o que vemos, mas também o que não vemos, recusando a plenitude,
metamorfoseando as realidades.
Após a experiência com massa de modelar nos vidros do Anexo do MASM, começo a pensar em outras possibilidades para o uso da transparência em minha produção. A lâmina de acetato fora o suporte selecionada para essa próxima experimentação, agora substituindo a efemeridade da massa de modelar pela tinta para vitral, que produz uma translucidez que eu não havia conseguido obter com o material anterior e que me parece interessante por nos fazer esbarrar em um rebatimento virtual do desenho, uma realidade que se multiplica, mas que também se transforma dependendo do local e da luz a que é submetida.